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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

História: Dodge Charger/Charger LS

Dodge Charger/Charger LS

Intermediário entre o Dart e o Charger R/T, ele foi a melhor opção para quem queria alto desempenho com luxo e sobriedade

Por Felipe Bitu |
 
Outubro de 1970: refúgio da elite paulistana, o Santapaula Iate Clube sediava o evento de apresentação da linha 1971 do Dodge Dart, cuja principal novidade era o cupê de duas portas, primeiro hardtop (sem coluna central) nacional. O público ainda estava boquiaberto quando o presidente da Chrysler, Merle Imus, mostrou uma novidade reservada ao Salão do Automóvel daquele ano: o Dodge Charger, que seria um dos maiores ícones de luxo e esportividade na década seguinte. Os brasileiros já sonhavam com o Charger desde 1967, quando a versão americana estreou nas páginas de QUATRO RODAS.

A primeira peça publicitária no Brasil lançava o desafio: intimava os americanos Plymouth Barracuda, Dodge Challenger, Chevrolet Camaro e Ford Mustang. Mas, de fato, o Charger não ia muito além de um Dart cupê com visual esportivo, graças à vis tosa grade de frisos horizontais ocultando os faróis principais e de neblina. A aparência intimidadora era reforçada pelo volante Walrod e pelo teto e colunas traseiras revestidos de vinil.

O motor V8 de 5,2 litros e taxa de compressão de 7,5:1 era o do Dart, mas um pouco mais potente: os 205 cv (SAE, potência bruta) eram resultado do escapamento com duas saídas. Outra semelhança era o câmbio manual de três marchas, com alavanca na direção. Na prática, seu desempenho era quase o mesmo da versão R/T, que tinha taxa mais alta (8,4:1) e 215 cv. Havia torque de sobra em qualquer regime de rotação.

Entre os opcionais, havia direção hidráulica, câmbio automático e ar-condicionado, mas os amantes da alta performance davam preferência aos freios dianteiros a disco com servo-freio e à transmissão manual de quatro marchas com alavanca no assoalho, ladeada por bancos individuais reclináveis. A estabilidade era favorecida por uma suspensão mais rígida: a barra estabilizadora dianteira garantia um rodar mais firme e menos arisco.
Sem rivais, o Charger era o rei das estradas: mantinha altas velocidades por horas sem superaquecer ou consumir óleo em excesso.

O Opala tentava, mas os 140 cv (SAE) do seu seis-cilindros não eram páreo. A disputa só ficaria séria em 1973, com a estreia do Ford Maverick e seu V8 5.0 de 197 cv. No mesmo ano, o Charger recebia a denominação LS: reestilizado, os faróis passaram a ser duplos, ainda ocultos pela grade, agora bipartida e de perfil mais fechado e agressivo. A traseira ganhou lanternas redesenhadas e o interior se destacava pelo painel de plástico imitando cerejeira e com nova grafia nos instrumentos, pelo controle remoto dos retrovisores e pelo comutador/ lampejador dos faróis na chave de seta. Rodas esportivas e motor da versão R/T viravam opcionais.

O Charger LS ganhou ainda mais requinte em 1974, quando adotou calotas e acabamento interno do Dodge GranCoupe. A transmissão automática recebeu alavanca seletora no console e bloqueio do conversor de torque, eliminando as perdas mecânicas por deslizamento. O exemplar das fotos é um modelo 1971 que pertence à colecionadora paulista Tânia Pereira: “Este Charger está comigo desde 2001. Foi amor à primeira vista: vou rodando com ele a quase todos os eventos de antigos”.

Sem oferecer a esportividade do R/T e o prestígio do Gran Coupe, o Charger chegou ao fim em 1975, quando perdeu a denominação LS. Com apenas 55 cupês produzidos, é um dos carros mais raros entre os Dodge nacionais: a linhagem esportiva da Chrysler seria representada pelo R/T até 1980, quando finalmente sucumbiu à preferência do mercado por esportivos compactos de menor consumo.

PREÇO
Dezembro de 1970: Cr$ 32 000
Atualizado: R$ 136.700 (IGP-DI/FGV)

 
Fonte: http://quatrorodas.abril.com.br/carros/classicos-brasileiros/dodge-charger-charger-ls-819598.shtml

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